sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Em Corumbá

Cheguei em Corumbá às 6 hs, ou melhor, 5 hs pelo horário de Brasília, devido ao fuso horário. Desde que saímos de Conceição do Mato Dentro, Estêvão e eu, até minha chegada aqui, foram 40 horas, sendo 33 de viagem e 7 perambulando nas rodoviárias. Em todos os três ônibus, de três diferentes empresas, tive dificuldades para embarcar a bicicleta. No primeiro, tivemos de depender da boa-vontade do motorista, e principalmente do cobrador, que alegava que não poderíamos levá-las, e terminou por deixar que as acomodássemos no maior dos pequenos bagageiros do ônibus intermunicipal da viação Serrana. Constatamos que, caso fossem três bikes ao invés de duas, uma não caberia no bagageiro. Assim, se Nelson estivesse conosco, ao menos um de nós teria que sair no próximo horário, quatro horas mais tarde. Já na rota Belo Horizonte - Campo Grande, pela Viação Gontijo, eu deveria desmontá-la, e ainda pagar taxa de 15 reais pelo excesso de bagagem. Mas no fim apenas virei o guidão e, é claro, paguei o excesso. Já Em Campo Grande, o vendedor de passagens da viação Andorinha, que faz a rota entre Campo Grande e Corumbá, me aterrorizou dizendo que além de desmontar a bike, eu teria que encaixotá-la. Como não achei na rodoviária alguém disposto a doar algum papelão, fiz uma pseudo-embalagem com um saco preto de lixo e fica adesiva que eu carregava. Funcionou, é claro, mediante o pagamento de excesso de bagagem, este abusivo, correspondente a 30% do valor da passagem. Nenhum outro passageiro precisou pagar excesso de bagagem, nem mesmo o que levava uma TV nova de 21" que sozinha devia pesar mais que toda a minha bagagem.

Já em Corumbá, após montar a bicicleta, saí a perambular em direção ao centro. Na avenida que parece ser a principal, garis e muito lixo, algumas garrafas quebradas... então aqui também há carnaval, e da pesada! Ainda surpreso, e procurando hotéis, passei a perceber várias lojas de grupos carnavalescos vendendo abadás. Além disso, todos a quem eu pedia informações sobre hotéis, me mandavam para o centro. Como era ainda madrugada, passei a perambular mais para a periferia, em direção à fronteira com a Bolívia, quando resolvi pedir informações em um posto de combustíveis. Os dois frentistas pensaram, pensaram, e nada... até que um lembrou de uma pousada na proximidade, cuja dona é conhecida deles. Finalmente, me acomodei na pousada Pantanal, ao mesmo preço do hotel mais barato que achei no centro, porém afastada da muvuca, e com um astral totalmente diferente... todas suas paredes são pintadas com paisagens e animais do Pantanal. Aqui são 9.30, e estou escrevendo da lan-house que pertence à mesma família que administra a pousada. O rapaz da pousada, Felipe, disse que o técnico que administra a rede talvez resolva o meu problema com o GPS, pois já tentei, com a ajuda do Estêvão atualizar o software e incluir mapas e tracks, sem sucesso. É a última chance do aparelhinho, pois não levarei um bagulho inútil, se não der certo vou somente com um mapa em papel.

Tenho que tratar também da manutenção da bike, embora eu vá ficar aqui por dois dias me preparando, creio que o comércio não abrirá amanhã, portanto hoje será um dia agitado. Talvez eu possa ainda postar amanhã, caso eu não consiga, minha próxima postagem será já na Bolívia, e em data incerta.

Um comentário:

  1. Grande Guilherme! Q aventura! Acabamos de viajar junto contigo ao ler o texto, com a diferença de sentados, criando barriga, ao invés de criar coragem e fazer algo parecido com a tua iniciativa. Meus parabéns!!!!

    Fábio/

    ResponderExcluir