sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Em Valle Grande
Seguem algumas fotos pra galera, tenho alguns vídeos que dependem ainda de uma pré-ediçao, e a net desta lan é muito lenta.
No hotel que fiquei em Samaipata, "Hotel Clube de Xadrez", há uma "quadra" de xadrez, até com arquibancadas.
Este é o mapa "digitalizado" desta etapa, o google maps nao consegue calcular rotas na Bolívia.
Samaipata ficando para trás e para baixo.
Primeiras montanhas do trecho.
Em Mayrana, a nebulosidade ficando para trás.
Este o astral da estrada, após Mataral.
Aqui, a construçao sinuosa da estrada, reduzindo a inclinaçao das ladeiras.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Em Samaipata
Saí de Santa Cruz pelas 7:30, no início a estrada é ampla e com bom acostamento, porém entre La Guardia e El Torno o caminho se complica um pouco, nao há acostamento e passam muitos caminhoes. Ainda no perímetro urbano de Santa Cruz, percebi a escuridao em direçao à serra, sinal de chuva. Próximo a El Torno começou a chover, e resolvi me abrigar por meia hora em um toldo improvisado como parada de ônibus, até que a pancada terminasse e a estrada secasse um pouco. Segui viagem, rodei cerca de 60 km e parei em uma área para cozinhar um macarrao, pois suspeitava que nao haveria almoço próximo. Cozinhei com uma água turva que corria das pedras, pois nao quis desperdiçar a água que levava. Após esse trecho iniciaram as subidas. Subidas em asfalto, com pouco trânsito, e inclinaçao leve. Meus cálculos eram de 120 km de distância entre Sta. Cruz e Samaipata, mas uma placa me fez corrigir para 117. Fui bem até os 117 anunciados, cheguei a 120, e após havia ainda uma subida por mais 10 kms. Como me programei para apenas 117 a 120 kms, esses 10 kms extras significaram um stress pela sede, pois minha água já havia acabado, embora eu tenha bebido alguma "soda" e coca-cola pelo caminho, já que nas vendas nao havia água.
Cheguei Em Samaipata pelas 5:50, e logo caiu uma chuvarada que durou a noite toda e parte da manha também. Estou instalado em um bom hotel, ao preço de 35 bolivianos a diária, devo ficar mais um dia e seguir em direçao a Potosi.
Aqui, a´"última ceia" (em Sta Cruz, claro..)
A chuva que se anunciava
As montanhas começando pequenas
começam a aumentar
Deve ser cruza de burro com lhama
Mais próximo à chegada
Últimos quilômetros, a 1.700m de altitude.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Partida para Samaipata
Agradeco pelos comentários, sao sempre motivadores, embora eu saiba que alguns leitores prefiram nao comentar, e os respeite também.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Fotos na Bolívia
Primeiros quilômetros no Trem da Morte, entre Puerto Quijarro e Puerto Aguirre
Basilica Menor de Sao Lourenço.
Que bicho é esse, será a tal da Vicunha?
Contruçao antiga no centro da cidade, de pau-a-pique. A parte debaixo da parede está exposta, e com o bambu já amassado.
Mais uma. Há algumas construçoes centenárias, ainda em funcionamento, no centro da cidade. Em ambos os seus lados, praticamente encostadas em suas paredes, há construçoes mais modernas.
O meu almoço: Sopa. Depois vem o "segundo" que é um prato com arroz, frango ou carne, batatas fritas e um pouco de salada. Também a vendedora de bugigangas em frente ao restaurante, se abanando. Muita gente buzinando ali, mas todos uzam a buzina "bi-bi" e nao a corneta "fooom-fooooom", e acho que por isso todos se entendem bem.
Meu quarto, acima da bike há um ventilador, a cama é de casal já arredondada no meio, cair da cama só se for pra dentro. No cenário também o dicionário que comprei a 70 bv, um GPS que ainda nao me serve pra nada, minha toalha super-absorvente tipo paninho, uma casca de banana, etc. Lembrando que desentortei o dente da coroa intermédia da bike, e a ortodontia foi feita batendo com o meu alicate chinês multi-uso.
Alto lá!
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Em Santa Cruz de la Sierra
Na minha passagem, grafaro "premera" O detalhe, as classes sao invertidas, assim, a primeira é na verdade a última. Isso nao me assustou, pois em minha passagem pela Bolívia precisarei ter contato com o povo, pior vai ser ao passar em locais com a densidade demográfica baixa. Eu poderia ter optado por outro tipo de turismo, como me disse um brasileiro que estava comigo na fila da Anvisa, tentando levar seu filho para estudar medicina na Bolívia: "tem tanto lugar bonito no Brasil, pra que ir pra fora". A resposta para o lugar comum: "nao procuro só os bonitos, mas os feios também". Fosse o caso de procurar conforto, além da via aérea por onde ele viajará, mesmo de trem há passagens mais caras que dao direito a vagoes mais confortáveis, e há a opçao "luxo" em outro trem mais rápido e confortável. Se bem que no dia que comprei a passagem, nao havia alternativa.
Eu estava preparado para encontrar bancos de madeira, igual aos de praça, conforme me disse equivocadamente um brasileiro. Na verdade, sao poltronas de espaldar alto para duas pessoas, e nao reclináveis. Logo que embarquei, consegui pular para uma poltrona que estava vazia e assim fui confortavelmente por um bom trecho. Me chamou a atençao, já no início da viagem, uma garota que havia se deitado em frente à sua poltrona e esticado as pernas pelo corredor. Pensei que ela teria problemas com o fiscal, mas por ela passou uma equipe de dois fiscais e um policial, e todos desviaram cuidadosamente e seguiram até o outro vagao. A cada parada, entravam muitos vendedores de limao, sucos, frango, peixe frito, biscoitos... sem contar os que viajavam junto. O vagao parecia uma feira, todos entravam gritando para anunciar o seu produto, e saltavam sobre a garota, até que, receosa, recolheu as pernas por alguns instantes para depois reretomar como estava. Após um terço da viagem, fui acordado e convidado a sair de onde eu estava e retornar ao meu assento, entao percebi que havia embarcado uma multidao que lotou o vagao. Fui dividir o assento com a garota, que era minha vizinha. A partir daí, o pessoal começou a se esticar pelo chao, e era gente com pernas para cima, outros para o lado, iam tentando dormir do jeito que dava. Entao perguntei para a garota que se apertava ao meu lado, se ela queria deitar no chao, que entao eu levantaria as pernas e ficaria sobre o assento. Ela prontamente aceitou e se esticou, enquanto eu tratei de dar alguns cochilos amontoado em um metro de comprimento do banco. E os vendedores, fiscais e policial, passavam por cima e desviavam de todos com uma destreza impressionante. E assim foi, por cerca de 20 hs de viagem.
Quando cheguei, tive dificuldade para retirar a minha bicicleta, pois o vagao das bagagens liberou algumas malas e se foi. Imagina o susto, o trem vai embora e o carregador me abanando. Ouvi ele gritar SEGUNDA. Já pensei que teria que esperar até segunda, mas era a segunda entrada. Até eu a encontrar... dei algumas voltas pela estaçao, e cheguei até o setor de encomendas. O funcionário ainda me achacou 20 bolivianos, os quais eu paguei conformado, embora incomodado. Rodei um pouco e achei, próxima ao centro, uma área que parece a Chinatown dos seriados de TV, nao fosse os homens com chapelao branco e macacao, juntos de suas mulheres com roupas de puritanas. Alám disso, um trânsito complicado, carros parados fazendo carga e descarga ou conversando, e outros buzinando... nas avenidas maiores é bem difícil pedalar ou atravessar a pista. Achei um"alojamiento" básico que custa 30 bolivianos, equivalente a menos de R$ 10,00, e almoçei uma refeiçao completa com uma coca de 600 ml pelo equivalente a R$ 3,00. Quero ressaltar que faço essas observaçoes todas, que incluem valores, para dar uma noçao ao pessoal que pretende fazer esse trajeto, entao se eu estiver sendo chato, por favor, perdoem-me.
Agora, após essa postagem, retornarei para o "alojamiento" para descansar um pouco, pois a viagem foi cansativa. Assim me despeço de todos, até a próxima!
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Quarta de cinzas
Solicitei ao dono do hotel qualquer leitura, fossem revistas ou jornais velhos, para aprender um pouco de espanhol. Ele procurou, e apareceu somente um catálogo de bijuterias, o qual recusei. Ele disse que os brasileiros levaram todas as revistas, por isso acredito que lhe faltou boa-vontade.
Agora sentou-se um menino aqui ao meu lado, quer que eu jogue Counter-strike com ele. Eu lhe disse que tenho que escrever, agora ele é leitor em tempo real. Seu nome é Jose Lucas.
Hoje pela manha, fui atrás da carteira de vacinaçao, da qual eu já havia desistido. Mas como terei que ficar até amanha, quinta feira, resolvi tentar. Primeiramente, fui até a sede da Anvisa, que só abria às duas da tarde. Lá, fui orientado a ir até o posto de saúde de Ladário, que como o nome faz presumir, é ao lado de Corumbá (o lado mais distante para mim), pois os postos de saúde em Corumbá estavam com ponto facultativo. Rodei mais uns 10 km, e no posto em Ladário, disseram-me que só amanha haveria vacinaçao.
Voltei e fui até a Zona Franca de Puerto Aguirre e comprei um vinho Sta. Helena Reservado, e um desodorante para seguir viagem, mas nao encontrei qualquer leitura ou mapa. Vooltei a Puerto Quijarro, olhei com mais calma todas as "librerias",somente tinham cadernos, adesivos, e nenhum livro à mostra. Olhei o comércio relacionado, camelôs, mas quando eu passava por uma farmácia, vi uma prateleira. Como sou burro de nao ter procurado direto nas farmácias! Comprei um mapa, um exemplar de Garcia Marquez - "Cronicas de una Muerte Anunciada", e conversamos um pouco sobre roteiros e amenidades, foi a minha primeira conversa mais relaxada em espanhol.
Amanha cedo tentarei novamente a vacina. Às 11.45 tenho que me apresentar na Estaçao, mas como há a diferença do fuso horário, o horário equivale às quinze para uma no Brasil.
Vou terminando por aqui, para liberar a máquina para Jose.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Carnaval em Puerto Quijarro
Hoje fui até a estaçao férrea comprar a passagem. A venda dos bilhetes, que começaria às 7.00, passou para as 7.30, depois para as 8.00... no fim, abriu só às 9.00 hs. Antes de abrir, já havia um burburinho de que as passagens para hoje já haviam acabado, mas enfim, antes de chegar a minha vez, já haviam acabado mesmo e só havia para "jueves", que fiquei sabendo ser quinta-feira.
Aqui nao há carnaval, só o feriado que é importado do Brasil. Mas aqui na Bolívia também existe algo parecido com o Pará, portanto têm algumas coisas muito parecidas com o dejavú, que também toca por aqui... algumas vezes embaixo da minha janela, onde ficam alguns camelôs, ou do outro lado da rua, onde há uma loja que parece ser de CDs e DVDs piratas. Falando nisso, agora aqui em frente a lan parou um carro com o som estourando os meus ouvidos, e uma música bagaceira daquelas que tá me mandando embora.
Quarta-feira abrirá a zona franca daqui, daí me distrairei procurando um mapa rodoviário e alguma leitura básica em espanhol.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Em Puerto Quijarro
Percorri os 5 km até Corumbá sem saber o que fazer, pois mais duas semanas seriam demais para mim, tanto psicologica como financeiramente. Procurei, sem sucesso, algum lugar para acampar no caminho, contando ainda com a possibilidade de me desvencilhar até segunda e evitar o retorno à pousada. Fui até a Anvisa, e como é domingo, soube pelo guarda que só funcionaria a partir das 14 hs da quarta-feira de cinzas. Assim, eu teria que esticar minha estada em Corumbá no mínimo por mais quatro dias... me dei por vencido retornei à pousada.
Quando contei a história, o pessoal ficou espantado que tivessem me parado. Eu disse que poderia ter passado, mas fui voluntariamente até a imigraçao para perguntar e só aí recebi a exigência. Depois da conversa que tive com eles, resolvi voltar para a Bolívia e seguir viagem assim mesmo, pois fiquei seguro de que preso por esse motivo eu nao serei. Assim, amanha pegarei o trem sem mais delongas.
Desejem-me boa sorte! vou encerrar o post por aqui porque a condiçao na lan é precária.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Puerto Suarez
Amanhã sigo para Santa Cruz de La Sierra, em dois ou três dias dou mais notícias.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Em Corumbá
Já em Corumbá, após montar a bicicleta, saí a perambular em direção ao centro. Na avenida que parece ser a principal, garis e muito lixo, algumas garrafas quebradas... então aqui também há carnaval, e da pesada! Ainda surpreso, e procurando hotéis, passei a perceber várias lojas de grupos carnavalescos vendendo abadás. Além disso, todos a quem eu pedia informações sobre hotéis, me mandavam para o centro. Como era ainda madrugada, passei a perambular mais para a periferia, em direção à fronteira com a Bolívia, quando resolvi pedir informações em um posto de combustíveis. Os dois frentistas pensaram, pensaram, e nada... até que um lembrou de uma pousada na proximidade, cuja dona é conhecida deles. Finalmente, me acomodei na pousada Pantanal, ao mesmo preço do hotel mais barato que achei no centro, porém afastada da muvuca, e com um astral totalmente diferente... todas suas paredes são pintadas com paisagens e animais do Pantanal. Aqui são 9.30, e estou escrevendo da lan-house que pertence à mesma família que administra a pousada. O rapaz da pousada, Felipe, disse que o técnico que administra a rede talvez resolva o meu problema com o GPS, pois já tentei, com a ajuda do Estêvão atualizar o software e incluir mapas e tracks, sem sucesso. É a última chance do aparelhinho, pois não levarei um bagulho inútil, se não der certo vou somente com um mapa em papel.
Tenho que tratar também da manutenção da bike, embora eu vá ficar aqui por dois dias me preparando, creio que o comércio não abrirá amanhã, portanto hoje será um dia agitado. Talvez eu possa ainda postar amanhã, caso eu não consiga, minha próxima postagem será já na Bolívia, e em data incerta.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Finalizando a viagem pela Estrada Real
Finalizo aqui mais esta etapa, após percorrer aproximadamente 3.400 km exclusivamente de bicicleta, preferencialmente pedalando, mas algumas vezes empurrando ou arrastando-a. Hoje pegarei um ônibus para Belo Horizonte e me dirigirei a Corumbá para iniciar o trecho pela Bolívia.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Em Ouro Preto
Porém, após sairmos de São João Del Rey, passei a questionar a necessidade de seguir integralmente o caminho, pois eu já não percebia resquícios históricos suficientes que justificassem trilhá-lo dessa forma. Já percebíamos que a dificuldade estava subdimensionada em nossa planilha, o que nos forçou a passar batido por alguns locais que mereceriam ser visitados. Para ter uma idéia, apesar da nossa previsão inicial em cumprir pela manhã a quilometragem prevista, não conseguíamos acompanhá-la, assim passamos a pedalar dias inteiros sem concluir a meta, daí o saldo devedor ia para a meta do dia seguinte, e nessa bola de neve, eliminávamos dias que seriam de descanso e visitação.
Questionei Nelson do objetivo disso tudo, mas não obtive resposta. Decidi seguir por conta própria, e o Estêvão optou por me acompanhar.
Portanto, permaneceremos até amanhã em Ouro Preto, descansando e estudando um roteiro para de viagem. Até agora percorri mais de 3000 km somente de bicicleta, sem me pendurar atrás de caminhões, e empurrando-a somente quando não havia condições de equilíbrio, e assim pretendo seguir até Diamantina. Mas com o objetivo de aproveitar melhor o tempo disponível, no caso evitar o inverno nos andes, seguirei de ônibus até Corumbá e na Bolívia decidirei por onde seguir, se não houver condição para a visita a Machu Picchu, prosseguirei por outro caminho.