quinta-feira, 7 de julho de 2011

Atropelamento de ciclista em Guarujá

Em Guarujá há uma grande extensão de ciclovias, o ciclista pode cruzar a balsa sem pagar (isenção que não é concedida a motoristas ou pedestres) e, em Santos, retomar a mesma ciclovia, bem sinalizada e respeitada por veículos e pedestres. Ainda assim, há diversos trechos perigosos sem ciclovias, como o trajeto de Maria. Falei com ela uma única vez, apenas nos cumprimentamos na porta do prédio, e hoje faz três dias que ela morreu atropelada a alguns quarteirões daqui. Quem a conhecia diz que ela tinha muito medo do trânsito, certamente o medo sempre a acompanhou nesse trajeto.

O acidente foi causado por um caminhão da concessionária de água, que estava no lava-rápido, e foi levado "emprestado" por um sujeito não habilitado. Há imagens que mostram a imperícia do condutor, com o veículo sobre a área de escape junto ao meio-fio, instantes antes de Maria ter sua cabeça esmagada pelo rodado do caminhão.

Trago esse fato apenas de um registro, não pretendo fazer uma crônica. Por certo que me fez pensar bastante, por isso quero compartilhar com os leitores essa oportunidade de reflexão.

Obs: Depois de postar essa primeira parte, li sobre outros desdobramentos do caso. O sujeito que pegou o caminhão, após fugir, foi até a delegacia e apresentou-se como testemunha, dizendo que poderia reconhecer o causador do acidente. Contudo, uma testemunha anotou a placa e o caminhão foi encontrado em sua posse.

terça-feira, 1 de março de 2011


Viagem e Blog

Após muito tempo sem postar, recapitulo a proposta do blog e o seu rumo. Minha previsão inicial era chegar a Machu Pichu após percorrer aproximadamente 9.000 km, porém finalizei a viagem em Potosí, com menos da metade dessa quilometragem. Ainda no início, quando comecei a desenvolver a idéia, criei o blog e iniciei as postagens. Embora já estivesse claro pra mim que o blog era destinado a relatar a viagem, eu ainda não tinha idéia do que seria compartilhar a experiência, e qual seria a sua relevância. Por isso, apesar do destino inatingido, reconheço como bem-sucedida a empreitada.


Com o término da viagem, o blog estava fadado ao ostracismo. Contudo, agora tenho motivos para resgatá-lo.


Decidi que partirei mais uma vez, provavelmente na próxima primavera, agora de Santa Cruz do Sul. Ainda não sei se sairei do Brasil por Santana do Livramento e cruzarei o Uruguai para chegar à Argentina, ou se seguirei diretamente para a Argentina, cruzando a fronteira por Uruguaiana. Devo passar por Rosário e Mendoza, e encerrar em Valparaiso, no Chile.



Atropelamento de ciclistas em Porto Alegre

Estou perturbado pelo ocorrido nesta sexta-feira última, dia 25 de fevereiro de 2011, em Porto Alegre. É um fato que ganhou repercussão nacional, especialmente pela imagens do violento ataque de um motorista, que jogou propositadamente seu veículo contra um grupo de ciclistas.


Apesar do absurdo da conduta do sujeito, erguem-se vozes em defesa o condutor, talvez não para justificar, mas para relevar possíveis condições e fatores, certamente ausentes da filmagem.


Não pretendo fazer coro com manifestações exaltadas, e tampouco considerar as dúvidas, suspeitas, hipóteses e especulações da nossa imprensa, que tem o especial objetivo de forjar um contexto palatável aos seus clientes. Os deformadores de opinião levam a carne moída e cozida ao seu público: o sujeito jogou o carro por cima dos outros, porque eles estavam lá perturbando e provocando-o.


Vou citar o que disse o Guilherme Maltez em sua página no Facebook, e que sintetiza o que penso a respeito desse caso: “Vale lembrar também, que o motorista/assassino representa um tipo de pensamento que se reproduz em várias outras pessoas. É a mesma pessoa que acha que o grevista é vagabundo. Que sem-terras ‘tem que morrer’. Que mulher deve servir ao homem. Por isso nossa luta não deve terminar com a justiça feita somente a este sujeito. Devemos lutar para que este tipo de vida/pensamento vendida em propaganda seja desmascarada!”


No meu post anterior, em tom quase melancólico, falei sobre o trânsito em Porto Alegre quando para lá retornei. Esse fato lamentável ocorrido agora, e registrado como foi, era algo que iria acontecer mais cedo ou mais tarde.