domingo, 27 de setembro de 2009

Sobre a Viagem

Foi o Fred, meu parceiro de pedal aqui na Praia da Pinheira, quem teve a idéia de fazer uma viagem até Machu Picchu. Chegamos a um projeto onde pegaríamos a estrada somente após a temporada. Os habitantes do litoral não tiram férias na temporada, essa época é de muito trabalho.

Mas a minha situação é diferente, pois estou livre agora, e terminei por assumir um compromisso para após a temporada. Logo que soube disso percebi que teria que abandonar o projeto ou me antecipar.

Eu já estava decidido a partir sozinho no início de novembro, quando recebi o retorno do Neto, cicloturista que estava planejando uma viagem para o mesmo destino, com partida prevista para o início de 2010. Neto havia desistido da viagem até Machu Picchu pois teria que ir sozinho. Como alternativa, programou com um grupo uma pedalada de Foz do Iguaçu até Minas Gerais, seguindo o caminho da Estrada Real, por Parati, no Rio de Janeiro. Ele sugeriu que eu acompanhasse o grupo nessa rota, e ao completá-la, seguiríamos ao Peru.

Então vamos lá... contando da minha saída aqui da Pinheira, até o Peru são aproximadamente 9.000 kms.

A volta deverá ser, na maior parte, de ônibus e trem. Mas se sobrar tempo, podemos rever.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ervas Medicinais - continuação

Na segunda aula do curso de plantas medicinais, chamei o João de lado para perguntar sobre o ocorrido. Brevemente, contou que foi internado com o corpo paralisado, com evidências de intoxicação pelo agrotóxico que aplicava em sua lavoura. Após o início do tratamento, ficou numa espécie de coma. Mesmo nessa situação, passou inconscientemente a recusar a medicação e aceitar chás de sua mãe.

João atribui a sua cura à sua fé e aos chás de sua mãe. Existe uma cultura de desmerecer os conhecimentos antigos que não foram provados em modernos laboratórios, embora reconhecidos e utilizados por gerações. A prova científica em muitos casos nunca vai existir, pois a pesquisa é paga pelas empresas farmacêuticas: se o resultado lhes é desinteressante e não pode ser manipulado, nunca chegará ao público. É evidente que João foi seduzido pelas aparentes vantagens do uso de agrotóxicos e tornou-se mais uma das tantas vítimas do inseticida evoluído a partir do agente laranja usado para matar vietnamitas. Nada resiste a esse veneno, exceto os frankensteins nascidos das sementes transgênicas de propriedadede da Monsanto, a mesma fabricante do pesticida.

Pfaffia Paniculata

É este o nome do grande segredo dos atletas soviéticos da cortina de ferro, dentre outras referências feitas pelo Professor Volmir. Estou disposto a testar as suas propriedades ergogênicas. Muita gente acha bobagem, mas prefiro acreditar na Pfaffia do que na propaganda da Monsanto por um mundo melhor.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ervas Medicinais

Hoje tive a oportunidade de participar de um curso sobre plantas medicinais. Quando fui convidado pela Beth, minha cabeça estava voltada para a viagem, em especial na busca de uma solução para o meu bagageiro, que não se adaptava ao meu quadro GTI, mas isso é outra história que falarei noutro momento. Confirmei presença, embora um tanto refratário, pois não talvez não conseguisse me concentrar no curso.

Mas o peso do termo "curso" se desfez logo na chegada ao sítio de Soraia. Prefiro chamar de vivência o dia que passei lá de , pois foi algo totalmente fora dos moldes tradicionais tão anti-pedagógicos. Ela é proprietária de uma área no município de Palhoça, na Baixada do Massiambu. Fica próximo à Praia da Pinheira, ao pé da Serra do Tabuleiro, que é uma APP (Área de Proteção Permanente), ou UC (unidade de Conservação).

A propriedade de Soraia foi adquirida em parte desmatada por seu anterior proprietário. Ela contou-nos a história da sua relação com o sítio, e explicou como o seu contato com aquele chão a fez mudar seus interesses e objetivos iniciais com o uso dessa área, voltando-se para uma produção da forma mais natural possível, dirigida ao atendimento da comunidade. Enfim, esta vivência terá seguimento amanhã.

Mas hoje fiz uma pergunta de interesse pessoal ao professor Volmir, ministrante do curso, sobre ervas para auxiliar no relaxamento de tensões musculares. O professor Volmir usa uma abordagem menos acadêmica, mais próxima da comunidade. Não me disse "tal planta e tal planta ajudam na recuperação muscular", mas sim me apontou algumas plantas indicadas para o meu bem-estar em situações críticas, e inclusive melhorar o desempenho físico. Fiquei satisfeito com a sua resposta, que foge daquela retidão médica que trata cada doença isolando-a do todo, e pelo contrário, aponta fortificantes para que a doença não se instale.

Será mágica? ou bruxaria?

A propósito, é impressionante o caso do João, que havia ficado paraplégico em decorrência de envenenamento por agrotóxicos aplicados na sua lavoura. João é nosso colega, e na nossa vivência de hoje, o conheci sem perceber nele qualquer dificuldade motora, pois caminhava perfeitamente e acompanhou todas as atividades do grupo. Amanhã perguntarei a ele sobre o seu tratamento com ervas.

Amanhã postarei mais informações sobre as ervas indicadas pelo Professor Volmir, e sobre o caso do João.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Justificativa

Alô? alguém aí?

Escrevo sem saber se alguém acessará esse espaço tão cedo, acho que os primeiros serão os amigos pra dar "aquela força", e talvez outros encaminhados acidentalmente pelo google.

Meu interesse neste Blog é manter um diário informativo da viagem de bicicleta que pretendo realizar entre a primavera e o verão, com um roteiro que inclui Paraguai, Bolívia e Peru.

O nome do blog vem de uma frase dita pelo Fred, companheiro de pedaladas. Estávamos subindo o Siriú e ele ficou pra trás, só depois de um bom tempo chegou ao topo, e acompanhado de um vira-latas, disse: "vim conversando com o cachorro", tentando com isso "justificar" a demora. Usei no título do blog "subindo", que sintetiza melhor o causo.

É esse o espírito da coisa. Sem pressa, haverá muito a subir por aproximadamente 9.000 kms.