Ontem, após falar com Ricardo, saí imediatamente do alojamento que já estava pago, dando um "adiós" para alguém de lá que falou algo que eu nem quis ouvir, e fui para o The Koala Den, um hostal muito interessante a um custo acessível, 45 bvs a diária (equivalente a menos de 15 reais), com café da manha incluído, e o principal, um atendimento muito além da decência mínima necessária, que faltava ao outro. Resolvido esse problema, fiquei pensando muito na conversa que tive com o Ricardo, que disse-me, entre outras coisas, que se eu voltasse agora deixaria para trás a parte que para muitos é a mais bela da Bolívia: o salar de Uyuni. O Ricardo disse-me ainda que ir de bicicleta até Uyuni seria uma puxada forte, pelas condições da estrada, e eu encontraria mais subidas acima dos 4.000 m, o que seria bastante dificultoso devido ao ar rarefeito. Fui até a agência de turismo vinculada ao hostal, e vi que o custo da viagem por três dias seria o equivalente a uns 200 reais, o que não é nenhum absurdo, considerados os preços no Brasil. Detive-me por bastante tempo pensando, até por fim tomar uma decisão.
Concluí que a minha viagem nao é exatamente uma viagem turística, e isso já desde o seu princípio, quando saí em direçao a Foz do Iguaçu. Acho que o termo cicloturista nao é o mais apropriado para mim, mas sim cicloviajante. Desde o princípio eu nao soube explicar o meu objetivo nessa viagem, nunca falei que queria ver as belezas de determinados lugares, embora elas sejam importantes, como também foram as más experiências. Então, concluo que era uma busca por auto-conhecimento. E por isso mesmo, não me sinto à vontade para embarcar num ônibus cheio de gringos para ficar olhando pela janela e batendo fotos. As impressões que tive por todos esses trechos por onde passei não cabem nas fotos que tenho postado, a cada foto que eu batia, depois a olhava e pensava: mas não foi isso o que eu enquadrei...
Enfim, só nao embarquei hoje porque o tempo chuvoso impediu a chegada do ônibus que me levará para Sta Cruz de La Sierra.
Haverá ainda mais reflexoõs, as quais postarei com calma, bem como os vídeos que não consegui enviar ainda ao youtube.
Abaixo, seguem algumas fotos dos últimos trechos.
Aqui, os limites do império Inca, que ia desde o Peru até a Argentina. Era um império guerreiro, que ainda assim conseguia manter a paz entre diferentes povos com um governo justo e nao-expoliativo, onde nao havia o dinheiro, mas vigia um sistema de trocas, e cada pessoa trabalhava somente quatro meses por ano. O ouro que aflorava do chao nao tinha valor e era considerado uma dádiva, por isso revestia os templos. Tudo ia muito bem, até que um senhor de nome Pizarro ganhou a confiança do Inca, e o traiu.
Aqui a vista do meu quarto do Hostal em Tarabuco.
Saindo de Tarabuco, rumo a Sucre.
Olha a picaretagem! Todos sabemos que é o São Judas o advogado das causas impossíveis!
Saindo de Sucre.
Parece um rio caudaloso, mas o leito é somente de pedras, apesar da grande ponte ao fundo. Muitos rios pelos quais passei estavam nesse estado, os que se salvavam possuíam apenas um filete de água.
Esse burro, algemado pelas patas dianteiras, vinha pulando em fuga pela estrada.
Corre filho, senão o carro te pega!
Vista do meu quarto, no alojamento em Betanzos.
"Cerro Rico", a grande mina de Potosi, vista do centro da cidade.
Selecionei algumas fotos de um álbum que encontrei aqui no Hostal.
Aqui apareceu acidentalmente o meu dedo, mas serve para comparar com os dedos do mineiro.
Em tarabuco, Juan havia falado sobre um culto dos mineiros, que criavam imagens do demônio no interior das minas, faziam oferendas com cigarros, e pediam proteção para saírem vivos, pois nas trevas, e a uma temperatura de 50 graus, é o diabo quem manda.
Outro diabo, de outra mina.
Mineiro carregando uma banana de dinamite e um saco com folhas de coca.
Vista da parte baixa de Potosi
Expedições realizadas:
Há 2 anos
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