sábado, 31 de outubro de 2009

Cachorros, cavalos, ovelhas e bois.

Os cães costumam interagir com as bicicletas seguindo-as, ou melhor, perseguindo-as, a pretexto de resguardarem os seus territórios. Considero essa perseguição uma espécie de esporte canino, pois o cão sabe que não oferecemos perigo e estamos de passagem, tanto é assim que se você parar a bicicleta ele ficará frustrado. Mas alguns cães se exaltam e acabam com o lúdico, mordendo calcanhares e canelas. Nesse caso, eu costumo retaliar com um bom chute, essa regra é tácita e todos os cães a compreendem: aquele que curte a adrenalina, tem que ficar esperto pra escapar do coice.

Ontem, fui seguido por um cachorro, ao subir de bicicleta uma pequena ladeira. Só que neste caso o cão era amistoso, então considerei um sinal para postar.

O vídeo acima mostra um cavalo galopando com o pelotão no Tour de France. É comum assistir em vídeos os cavalos acompanhando as corridas, a galope em pastos paralelos ao trajeto. Mas neste caso específico, um cavalo salta a cerca e entra na prova. Só saiu porque errou o caminho no momento em que a "liderava".

É uma interação especial, da animalidade do homem com a humanidade dos animais.

Hoje fui acompanhar a entrega de uma bicicleta, a pedido do meu amigo Titânio. Quando cheguei à vila de pescadores existente na Ponta do Papagaio, avistei uma figura interessante: um homem puxava uma pesada carroça, do tipo que usam por aqui normalmente com cavalos. Meu companheiro da viagem de frete, o "seu" Paulo, contou que aquele é o Tonho, e me mostou onde mora. Irei conversar com o Tonho para ver o que motivou a dispensa do seu cavalo.

Ainda falando com Paulo, contei que viajaria, e conversamos sobre trajetos. Nessa conversa, ele sugeriu algumas "técnicas de sobrevivência", digamos assim.

"Tu poderias levar anzol e linha". Boa idéia, já pensei nisso também. "Leve uma faca, e quando passares por estradas no meio do campo, à noite, ataque uma ovelha, tire um "quarto" e deixe o resto; para não fazer barulho tu podes afogar o bicho numa lagoa... ou tu tens pena?" Respondi que se tivesse fome pensaria nisso, mas na verdade espero não sentir tanta fome assim. Ele ainda deu outra sugestão: "Tu entras no pasto de bois, laça aleatoriamente um, mesmo à noite tu consegues pois são muitos, então o leva para a lagoa, amarra as patas dianteiras, passa uma corda pela cintura dele e aperta, que ele cai, e aí tu afogas ele."

Parece bestial? não posso falar nada, sou tão carnívoro quanto ele, e terceirizo a matança, o que é muito conveniente para mim.

É difícil terminar essa postagem e colocar um "moral da história", pois toquei num ponto sensível tanto para mim quanto para muitos leitores. Por isso, deixo no ar para que cada um faça a sua reflexão, se quiser.

Em breve mais informações sobre a viagem.

2 comentários:

  1. Cara, cavalo é um bicho impressionante. Creio que todos concordam com isso. Mas e o boi, e a ovelha?

    Terceirizar é fácil, né, véio. Se acontecesse comigo, de ter nenhuma outra opção de comida, ia ficar sentado em frente ao boi, ou a ovelha, vendo-os pastar... Talvez, depois de muito tempo, quando o umbigo estivesse encostando na L2, quando não conseguisse pensar em outra coisa que não fosse comer, eu acabaria cedndo à tentação e...

    comeria a grama. Hehehehe. Cadáver, nem pensar.

    Força e sorte. Wladi

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